A História do Festival de Parintins
O Amazonas é um estado com sua formação baseada na miscigenação entre o índio, o branco, o europeu e o negro e com uma riqueza inigualável em cultura, tradições, festejos e celebrações religiosas. O Festival de Parintins é uma dessas manifestações culturais que acontece na região amazônica. Desde 1996 quando o festival começou a ser transmitido pela televisão, este ganhou proporções incríveis e ao passar dos anos o número de expectadores e visitantes cresce alimentando a fama da cidade e do festival ainda mais desejo de muitas outras pessoas de conhecer de perto essa mágica festa realizada no coração da Amazônia.
Hoje o Festival de Parintins acontece sempre no último final de semana do mês do Junho. Há alguns anos atrás o festival costumava ter suas datas fixas nos dias 28, 29 e 30 de Junho, em anos passados o festival acontecia no meio da semana, impossibilitando muitas pessoas de participar da festa por questões profissionais e pessoais, que acabava deixando de participar da festa e causando impacto economico na cidade, que tem o festival como a principal renda durante o ano todo.
Então desde 2002 as datas foram ajustadas para acontecerem no último final de semana de Junho, durante o período de festival a cidade de Parintins fica completamente dividida, um lado é azul, do Caprichoso, e o outro é vermelho, do Garantido, essas são as cores que representam as agremiações em Parintins.
O boi azul é o Caprichoso e o boi vermelho é o Garantido, uma disputa amigável que leva incríveis três noites, cada grupo tem o tempo de três horas para apresentar-se ao público e aos jurados. Neste momento enquanto um se apresenta o outro grupo, (contrário) não poderá ser manifestar, se não perderão pontos valiosos. Este típico festival apresenta itens da cultura Amazônica, Europeia, Nordestina e ainda de tribos indígenas, os itens são muito importantes em cada agremiação, pois eles contam pontos.
Os itens apresentados durante o festival são: Pai Francisco, Mãe Catirina, Os Tuchauas, as Tribos indígenas, a cunha poranga, o pajé, a porta estandarte, a rainha do festival, a sinhazinha, o amo do boi e o cantor que tem que manter a galera sempre agitada e bem ritmada e é claro! os bois.
Nas toadas apresentadas, as letras falam de proteção à floresta, a vida do homem amazônico, do modo vida tradicional dos povos indígenas e muita exaltação a natureza e as raizes do bumba-meu-boi, as letras das toadas representam as lendas amazônicas como o do boto, do mapinguary, a Mãe d’água, o curupira. Todos esses itens juntos em uma grande festa fazem com que a galera chegue ao delírio e este é um dos pontos altos da apresentação, a apoteose dos bois.
O enredo do boi bumbá é baseado na história de Pai Francisco e Mãe Catirina, (os dois são representantes da cultura negra que foi introduzida no Brasil no periodo da escravatura). Ela estava grávida e tinha o desejo de comer a língua do boi mais bonito da fazenda, pai Francisco temendo pela saúde do filho decide então sacrificar o boi favorito do seu amo, o dono da fazenda, para assim satisfazer a vontade de sua esposa. Temendo ser preso pelo o que fez e ser punido, pai Francisco decide pedir ajuda a um poderoso pajé de uma tribo indígena das redondezas. O pajé vem para ajudar Francisco e depois de muitas seções de reza, o pajé é bem sucedido e revive o boi mais bonito do dono da fazenda e ai a família pode comemorar tudo com uma grande festa e ainda com o bebê Gazumbá.
Originalmente trazida do nordeste Brasileiro, a festa do boi bumbá tem suas raizes no bumbá-meu-boi originário do Maranhão, onde os soldados da borracha, homens que foram trazidos do nordeste brasileiro durante uma grande seca eram seduzidos com rumores de trabalhar com a borracha e assim poder oferecer melhores condições de vida a seus familiares e até ficarem ricos. Estes acabavam vendo seu sonho se tornar um pesadelo quando descobriam que tinham que trabalhar de forma escrava para atender as necessidades dos barões, que acabam ditando as regras nos seringais. O boi bumbá, inicialmente surge como uma brincadeira que acontecia no quintal das casas dos seringueiros como brincadeiras depois de longas jornadas de trabalho e também uma forma de relembrar de suas raízes e de sua terra.
Hoje a tradição do festival já tem mais de 100 anos, sempre acontece na cidade de Parintins, no último final de semana de Junho e é realizada em uma arena construída especialmente para este evento, o bumbódromo com capacidade para até 17 mil expectadores. Os assentos são divididos de acordo com o tipo de ingresso vendido, sendo arquibancadas superiores, inferiores, camarotes e arquibancadas publicas pintadas nas cores dos bois.
A criatividade dos artistas de Parintins parece inesgotável, quando o show começa cada grupo folclórico apresenta as galeras (publico) e aos jurados as danças, as lendas, a coreografia harmônica. A torcida segue as toadas numa incrível e sincronizada coreografia que é muito contagiante, estruturas enormes parecem ganhar vida e elas explodem em cores e brilho.
A dança do boi bumbá inclui os ritmos amazônicos em dança e desempenho, alguns instrumentos utilizados tem origem indígena e nordestina, estes instrumentos são as flautas feitas de bambu, tambores de couro de boi ou de látex, o xarango, um tipo de violão pequeno, as palminhas que são dois pedaços de madeira que batidos juntamente dão o ritmo a toada e muitos outros.
Não existem danças como essa no resto do mundo. As toadas representam bem a realidade amazônica, as lendas, os mitos, a cultura, a tradição e o modo de vida do povo amazônico. O levantador de toadas é o responsável por manter a galera agitada com lindas composições e movimentos sincronizados. Todos esses itens fazem do festival de Parintins uma festa única no mundo e que continua a encantar muitas pessoas no resto do mundo.
O mais importante festival do norte do país é vivido com intensidade e paixão pelos habitantes de Parintins, a linda cidade está localizada na margem direita do rio Amazonas, na ilha Tupinambarana e é dividida em azul e vermelho as cores que representam os bois Caprichoso e Garantido. Cores que se unem no último final de semana de Junho para receber os visitantes que vem do mundo todo para apreciar esta manifestação cultural no meio da floresta, quando o festival se aproxima a cidade chega a receber cerca de oitenta mil visitantes que vem para apreciar a festa cultural na mágica ilha de Parintins.
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